38ª Zona Eleitoral: Justiça encerra mutirões com mais de 1000 atendimentos
8 localidades das cidades atendidas pela 38º Zona Eleitoral foram contempladas
A Justiça Eleitoral de Mato Grosso concluiu na última quinta-feira (26.10) uma série de oito mutirões nos municípios de Santo Antônio do Leverger e Barão de Melgaço. A aldeia Córrego Grande, Território Indígena Tereza Cristina, foi a última contemplada pela iniciativa da 38ª Zona Eleitoral. Em um único dia, foram 81 atendimentos, dos quais 28 eram referentes ao 1° título de eleitor.
De forma de viabilizar os serviços da Justiça Eleitoral para as parcelas de eleitores em vulnerabilidade ou que vivem em áreas mais distantes da zona urbana, foram realizados 8 mutirões em diferentes localidades das cidades atendidas pela 38º ZE. A série, que começou no distrito de Mimoso, encerrou na comunidade indígena com um total de 1067 atendimentos. Ou seja, somando todos os atendimentos prestados em Mimoso, Agrovila, Serra de São Vicente, Centro de Barão de Melgaço, Aldeia Perigara, São Pedro de Joselândia, Lambari e Aldeia Córrego Grande, esse foi o total.
Conforme o chefe de cartório da 38º ZE, Adriano Meireles Borba, “a população indígena tem uma dificuldade de acesso para ir ao Cartório Eleitoral, tem dificuldade documental, às vezes com nomes com grafias um pouco diferente das usuais dos não indígenas que geram uma série de inconsistências na cadastro que é importante a gente de tempo em tempo tá vindo aqui revisar”. O que justifica a importância da ação em territórios indígenas. Mas, esse não é o único problema enfrentado.
“O nome dos pais, por exemplo, pode ter um erro de cadastro, uma letrinha pela grafia do nome indígena. Isso tem gerado dificuldade pra gente, quando a gente vai requerer uma aposentadoria para um indígena, porque agora os cadastros estão todos unificados, o do INSS, também, e aí, dá divergência cadastral. Então, essa é uma oportunidade da gente poder revisar o cadastro, mas, principalmente os mais antigos e regularizar aqueles que têm alguma situação de suspensão ou cancelamento”. explica a indigenista da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Simone Elias de Souza.
Conforme o cacique da etnia Bororo, Benedito Pereira Júnior, a chegada da ação já era esperada. “Tem muito tempo que a gente vem esperando a chegada dessa equipe para realizar o título dos nossos jovens, eles precisam votar porque são cidadãos iguais a qualquer um. Nós somos cidadãos, nós temos o direito de votar”.
Para Darcilene Mudora, residente da aldeia, o voto é importante porque é uma forma de reivindicar melhorias e direitos, “eu acho importante nós votar [sic] por causa que aqui mesmo nós precisamos de muito ajuda. Através do voto, eu acredito que nós consiga [sic] alguma coisa que nossa comunidade precisa”. Como um direito cidadão, o voto também é uma ferramenta da democracia que serve para demandar mudanças e assegurar a escuta das necessidades do eleitorado.
O local que mais teve atendimentos foi em Barão de Melgaço, à beira do rio, região central da cidade, com quase 500 atendimentos. Em dois dias de trabalho, 491 pessoas foram atendidas. Já o local em que teve menos atendimento foi justamente na Aldeia Perigara, distante e de difícil acesso, houve 55 atendimentos. As duas regiões abrigam indígenas da etnia Bororo. Nesses locais, a Justiça Eleitoral contou com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), além da Escola Judiciária Eleitoral de Mato Grosso (EJE-MT).
Texto: Maryelle Campos (Supervisão Daniel Dino)
#PraTodosVerem: Com fundo triangular cinza e branco, há quatro fotografias, sendo duas de duas mulheres e duas de dois homens, cada um recebendo um serviço da Justiça Eleitoral, ao meio lê-se: “38ª Zona Eleitoral Aldeia Córrego Grande, Território Indígena Tereza Cristina”.