“Conheço a trajetória de luta e dedicação da desembargadora Adenir Carruesco, uma líder que personifica a busca incessante pela justiça e pela igualdade. Sua ascensão é um exemplo inspirador para todos nós, e sua presença à frente do TRT de Mato Grosso certamente fortalecerá os pilares da justiça e da equidade. Que este momento não apenas celebre uma conquista individual, mas também simbolize um compromisso coletivo em direção a uma sociedade mais justa e inclusiva”, declarou a desembargadora presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, Maria Aparecida Ribeiro, durante a cerimônia de posse. 

A solenidade marcou não apenas a primeira magistrada mulher negra como presidente do órgão, mas também a primeira vez que a mesa dirigente mantém igualdade de gênero, sendo composta por quatro mulheres e quatro homens. A desembargadora Adenir Carruesco foi empossada na sexta-feira (15.12) como nova presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT) para o biênio 2024 e 2025.

Em seu discurso, Adenir Carruesco afirmou que ainda há uma um longo caminho para avançar. Isso porque nos tribunais superiores, a presença das mulheres ainda é insuficiente, chegando a cerca de 20%. Conforme diagnóstico feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2019, as mulheres ocupam 19,6% dos cargos de magistradas em atividade. O que demonstra a sub-representação de mulheres e desigualdade de gênero. “Então, temos que estar atentos, é uma luta constante. E nós aqui no Mato Grosso estamos muito orgulhosos da nossa posição porque nós temos sido exemplo para o resto do Brasil nessa questão da diversidade e igualdade de gênero”.

A desembargadora Maria Aparecida Ribeiro também reconheceu o avanço na luta de igualdade de gênero no Estado. Ela lembrou que atualmente Mato Grosso conta com mulheres na presidência de três tribunais, além dela no TRE e Adenir no TRT, citou a desembargadora Clarice Claudino da Silva, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A desembargadora também citou a advogada Gisela Cardoso, presidente da Ordem dos Advogados de Mato Grosso OAB-MT. 

HIstórico

Com uma longa trajetória de 29 anos na magistratura, Adenir Carruesco é natural do Paraná e filha de uma boia-fria com um trabalhador rural, ambos analfabetos. De origem empobrecida, sua história com a justiça começou cedo. Já aos 18 anos, prestou concurso para o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul e adentrou ao Fórum, porém com a justiça do trabalho ela já começou como juíza-substituta, em 1994. Com efetivação em 2005 e promoção para desembargadora em 2020, a juíza se tornou a primeira mulher negra a ocupar o cargo. 

Além de juíza, ela cumpriu com um sonho de sua mãe, o de ser professora. Ela ministrou aulas em escola rural mas também no curso de direito na na Faculdade de Rondonópolis nos anos de  1998 a 2008. Em seu extenso currículo, ela ainda carrega o título de mestre e especialista em direito pela Universidade Austral de Buenos Aires. Um fato recente que marca a trajetória da magistrada é sua candidatura à vaga de ministra no Tribunal Superior Eleitoral (STF) em 2023, com a saída da ex-ministra Rosa Weber. 

A nova mesa diretora do TRT conta como vice-presidente o desembargador Aguimar Peixoto, a desembargadora Eleonora Lacerda, no cargo de diretora da Escola Judicial e vice-ouvidora; a desembargadora Maria Beatriz, como ouvidora da mulher; a juíza Tatiana Pitombo, na vice-ouvidora da Mulher; e o juiz Ivan José Tessaro, vice-diretor da Escola Judicial. 

Entre as presenças na solenidade de posse estavam o presidente do TRT de Sergipe, desembargador José Augusto do Nascimento, os representantes dos TRTs de Santa Catarina, desembargador José Ernesto Manzi; do Maranhão, desembargador Luiz Cosmo da Silva Júnior; e de Mato Grosso do Sul, desembargador Francisco das Chagas Lima Filho.Também participaram da cerimônia a 1º dama do Estado, Virgínia Mendes, as deputadas federais, Coronel Fernanda e Gisela Simona, o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Danilo Vasconcelos, a presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Amatra23), Dayna Lannes, e os representantes da Associação Brasileira da Advocacia Trabalhista (Abrat), Karlla Patrícia Vidal, e da Associação dos Advogados Trabalhistas de Mato Grosso (Aatramat), Marcos Avallone.  

Texto por: Maryelle Campos (Supervisão Daniel Dino)

#DescriçãodaImagem: Na parte superior tem uma faixa branca está escrito: “Posse TRT-MT” no canto esquerdo e ao lado direito está a logo do TRE-MT. Abaixo estão duas fotografias, sendo a primeira mostrando os juízes e juízes da nova mesa diretora. São quatro homens e quatro mulheres, todos vestidos de toga. Já a segunda foto mostra apenas a nova presidente do tribunal  discursando no púlpito.