Por meio da portaria 416/2017 e de palestra direcionada aos servidores sobre assédio moral, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) sela seu comprometimento com o respeito à dignidade do ser humano nas relações de trabalho. A portaria institui o programa de prevenção do assédio moral e sexual e da discriminação no âmbito da instituição, que prevê diversas outras ações voltadas o tema.

O programa tem a finalidade de estabelecer princípios, diretrizes e ações para a prevenção dessas situações na instituição. O objetivo é construir uma cultura organizacional pautada pelo respeito mútuo e preservação da dignidade das pessoas, melhoria de qualidade de vida no trabalho, redução de absenteísmo (ausência) dos colaboradores e melhoria do desempenho.

A palestra sobre assédio moral, prestigiada por quase 200 servidores, foi ministrada pela advogada Karlla Patrícia de Souza, vice-presidente da associação brasileira de advogados trabalhista (ABRAT).  

Ao abrir o evento, o diretor geral do Tribunal, Nilson Fernando Gomes Bezerra, ressaltou que a Justiça Eleitoral deve dar exemplo. "Estamos aqui para defender a igualdade entre todos nas eleições e nós temos a obrigação de, aqui dentro, também fazer isso. Sabemos que existe uma hierarquia nas instituições, sabemos que tem que haver uma cobrança por trabalho de qualidade e boa produção, mas há um limite entre a cobrança e o assédio e precisamos entender esses conceitos. Por isso aderimos ao programa Assédio moral e sexual no âmbito do trabalho, dentro do Setembro amarelo, que é o mês em que se realizam as campanhas de combate ao suicídio".

O secretário de Gestão de Pessoas, Valmir Nascimento Milomem, destacou que o programa abraçado pelo TRE favorece um clima organizacional saudável e respeitoso, sem descriminação, e estabelece um padrão de respeito e de tolerância entre os colegas de trabalho.

Palestra sobre Assédio Moral

Convidada pelo TRE-MT, a advogada Karlla Patrícia de Souza falou aos servidores sobre as características do assédio moral e enalteceu a iniciativa do TRE-MT em promover esse debate. " O assunto assédio, moral e sexual, não é um assunto do momento. É uma necessidade. Quando o gestor tem essa coragem de trazer para cá, sabendo que pode doer na própria carne, isso significa coragem, uma ousadia, e um enfrentamento positivo do assunto. Conhecer o tema contribui para a formação de colaboradores, de servidores, de estagiários e de todos aqueles que vivem relações de trabalho. É municiá-los muitas vezes de um conhecimento necessário, e esse conhecimento gera ações, que gera prevenção. E quando a casa da cidadania tem essa coragem de montar uma comissão para se prevenir, mostra aí a importância com a relações de trabalho".

A psiquiatra Andrea Fetter, convidada para palestrar sobre as implicações do assédio para a saúde mental, lamentou a redução da solidariedade entre os colegas, quando detectam a ocorrência do problema no seu ambiente de trabalho. "O assédio é antigo. O que mudou foi a redução do envolvimento dos colegas, que estão menos solidários quando detectam este problema. Antigamente, quando alguém sofria assédio, os colegas se mobilizavam, ajudavam o assediado, ou testemunhavam em seu favor. Hoje o assediado está sozinho com o assediador, e isso é particularmente difícil para o trabalhador suportar".

Para o colaborador terceirizado do TRE-MT, pela empresa Impar Gestão, na área de serviços gerais, Rondinelly Carlos de Moraes, "a iniciativa do TRE-MT é muito interessante, porque ajuda na prevenção ao assédio e à discriminação. "A questão da discriminação foi repetida várias vezes na palestra. Isso nos dá o conforto de saber que não estamos sozinhos e teremos amparo se algo vier a ocorrer".  

Estagiário Leonardo Mauro, sob a supervisão da jornalista Mariane de Oliveira