Servidores concluem mais um curso de libras; próxima turma começa dia 31
Terminou nesta sexta-feira (26) o curso de libras oferecido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso a 30 servidores efetivos e requisitados lotados na Sede e Cartórios Eleitorais. Eles foram preparados para oferecer atendimento especializado aos eleitores surdos. Além desses, outros 30 servidores receberão a capacitação nos dias 31 deste mês e 1º de agosto.
A chefe do Cartório da 21ª Zona Eleitoral, Marcela Ramalho Teixeira Muniz, explicou que participou em 2010 de um workshop de atendimento ao eleitor surdo oferecido pelo Tribunal, mas que foram apenas duas horas de capacitação, e desde então, sentiu a necessidade de participar de um curso mais completo. “O Workshop aguçou minha curiosidade e fortaleceu a vontade de aprender mais a linguagem de sinais e este curso vem ao encontro desta necessidade”. Ela conta que já atendeu eleitores surdos e que o fez, à época, dentro das possibilidades. “Precisei atender eleitores surdos em duas situações, ocasiões em que o fiz da melhor forma possível, dentro dos meus conhecimentos. Porém, agora me sinto preparada para oferecer a estes eleitores um atendimento especializado”.
Marcela frisou ainda que irá procurar em Lucas do Rio Verde alguma entidade ou associação de surdos para convocá-los a participar da revisão biométrica no município, que terá início no dia 26 de agosto. “Entre as solicitações do nosso Juízo Eleitoral ao Tribunal foi que este curso de libras fosse ofertado antes do início da biometria no município, pois queríamos estar preparados para atender os eleitores surdos”.
Em sua primeira capacitação em linguagem de sinais, o chefe do Cartório da 8ª zona eleitoral em Alta Araguaia, Adriano Meireles Borba, confessou que sua expectativa para a eficiência do curso não era alta, mas que foi surpreendido. “Pensei que não ia aprender o suficiente em apenas dois dias, mas estava enganado. A dinâmica da instrutora, somado ao material impresso que levamos para treinar em casa são excelentes e eficientes”. Ele, que já teve que improvisar ao atender um eleitor surdo, garante que agora está preparado. “Já precisei improvisar para atender um eleitor surdo e só obtive êxito porque ele estava acompanhado de tradutor e também escreveu no papel. Com a capacitação me sinto preparado para oferecer um atendimento eficiente e específico que a situação requer”.
Adriano destaca que a Justiça Eleitoral é um órgão ligado à cidadania e precisa ser exemplo nessa área. “É fundamental capacitar os servidores para atender os eleitores surdos, que em situações como essa, ao receber um atendimento especializado e de qualidade se sentem mais cidadãos e incluídos socialmente”.
A instrutora Aghatta Alexsandra Martins Neves de Oliveira Santos, parabenizou o Tribunal Regional Eleitoral pela iniciativa. Ela, que é surda, garante que os eleitores surdos ficaram mais estimulados a procurar o TRE em busca de atendimento. “Eles saberão que aqui encontrarão um atendimento especifico. Isso demonstra respeito”.
Para Aghatta, os servidores beneficiados com as 16 horas do curso estão preparados para atender os eleitores surdos. “Todos os participantes se saíram super bem durante a simulação de atendimento, onde me passei por eleitora. Todo o processo do atendimento, que envolve perguntar o nome, endereço, entre outros, eles realizaram com eficiência”.
Conteúdo:
Durante as 16 horas do curso foram ministrados os seguintes conteúdos: compreender e construir pequenos diálogos em libras; reconhecer e utilizar expressões faciais para os tipos de frases; utilização adequada de advérbios de lugares e pronomes demonstrativos, entre outros.