Alto Taquari: eleitores lotam auditório para participar da Audiência Pública da Cidadania

Audiência Pública da Cidadania em Alto Taquari/MT

TRE-MT ALTO TAQUARI AUDIÊNCIA PUBLICA DA CIDADANIA

Centenas de eleitores do município de Alto Taquari  aceitaram o convite da Justiça Eleitoral e participaram da Audiência Pública da Cidadania, nesta sexta-feira (26/05), para discutir temas com voto consciente, ferramentas de combate à corrupção eleitoral, Lei da Ficha Limpa, dentre outros . O município passará por eleição suplementar no dia 2 de julho deste ano, em decorrência da anulação da eleição realizada em outubro passado.

 
Em um auditório lotado, os eleitores assistiram a um vídeo produzido pela Organização das Nações Unidas, denominado a Fábula da Corrupção. Em forma de desenho animado, o vídeo mostra os danos à coletividade, causados por diversos personagens: há os indivíduos corruptos, que subtraem bens da coletividade em benefício próprio; os que não são corruptos, mas também não denunciam o colega; os que se deixam usar como massa de manobra por "líderes" populistas e mal intencionados; os que tentam protestar contra a corrupção, mas não conseguem apoio da maioria; e o trabalhador que nunca consegue repor as mercadorias roubadas pelos corruptos, embora trabalhe cada dia mais.  
 
Um dos objetivos desta iniciativa é buscar o apoio da população para que a eleição suplementar transcorra livre da corrupção. Contudo, é intenção da Justiça Eleitoral levar a Audiência Pública da Cidadania para outros municípios, como forma de fomentar na sociedade a discussão sobre os males causados pela corrupção, não apenas aquela praticada pelos políticos, mas também a pequena corrupção praticada no dia-a-dia. "É nosso dever, como instituição pública, provocar esta discussão. A questão é: o que eu, como cidadão, tenho feito para contribuir para um país melhor para todos?", disse o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Márcio Vidal, idealizador do projeto.
 
Iniciativa do TRE-MT provoca debate na sociedade
 
Durante a Audiência Pública, todos os presentes foram convidados a opinar sobre os temas discutidos. O engenheiro civil Ary Coelho de Oliveira, 63 anos, parabenizou a Justiça Eleitoral pela iniciativa. "O eleitor é culpado pelo político que tem. O voto pode trazer soluções, mas também, consequências gravíssimas por colocar no poder políticos despreparados e desonestos. Política é a arte de fazer o bem e bem feito, com lisura e o que vemos é o contrário disso.  O homem que não vive para servir, não serve para viver", disse.
 
Na abertura da Audiência, o vice-presidente e corregedor do TRE-MT, desembargador Pedro Sakamoto, pediu à população que colabore com a Justiça Eleitoral na fiscalização do pleito de julho deste ano.  "A Justiça Eleitoral atua no sentido de garantir igualdade de concorrência entre os candidatos, seja ele pobre ou rico, pois não é a capacidade financeira que deve garantir a vitória nas urnas. A Justiça Eleitoral não pode estar em todos os recantos da cidade fiscalizando os abusos de poder econômico ou político. Por este motivo, precisamos da colaboração de todos. A Justiça Eleitoral adotará as providências para inibir práticas que atentem contra a democracia e punir quem descumprir as leis".
 
O juiz da 8ª Zona Eleitoral, Piero de Faria Mendes, também pediu o apoio da sociedade de Alto Taquari no combate à corrupção. "A Justiça Eleitoral é um instrumento, mas as eleições acontecem pelas mãos do cidadão e para o cidadão. Quando falamos em cidadania pensamos na função do jurado e mesário, mas o papel do cidadão vai muito além disso. Não podemos enxergar o ato de votar como uma obrigação, mas como forma de contribuir para a vida política, da qual seremos alvo. Somos agentes ativos da vida política e por isso temos que fazer nosso papel".
 
O diretor geral do TRE-MT, Nilson Fernando Bezerra, ressaltou que os mecanismos de combate à corrupção foram evoluindo ao longo dos anos. Houve a extinção da figura do votador, a substituição dos votos em cédula para a urna eletrônica e, atualmente, o reconhecimento biométrico do eleitor. "Mas nenhuma tecnologia, nenhuma técnica de combate à corrupção terá mais eficácia do que uma sociedade preparada politicamente para escolher seus representantes. O eleitor precisa saber se o candidato é ficha suja, mas não somente isso, é necessário estudar a trajetória do candidato, sua vida pregressa. Ver o que ele já fez pela cidade. É olhar para o passado para projetar o futuro".
 
No final da Audiência, o secretário de tecnologia e informação do TRE, Luis Darienzo, explanou sobre os aplicativos da Justiça Eleitoral, disponibilizados à sociedade, para o combate à corrupção e práticas ilícitas - Caixa I e Pardal. O TRE de Mato Grosso adaptou estas ferramentas para serem usadas na eleição suplementar.  "Quando as pessoas me questionam se as urnas eletrônicas são seguras eu afirmo que sim. O nosso problema não está no processo de votação, mas está no voto em si. Os candidatos corruptos exercendo cargos eletivos são consequências das escolhas dos eleitores. Não adianta garantir a segurança das urnas e da totalização dos resultados, se não é possível garantir uma boa escolha por parte da população. A tecnologia vem só para garantir o sigilo de voto e que a escolha do eleitor seja respeitada".
 
Jornalistas: Andréa Martins Oliveira e Mariane de Oliveira
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